21 Jul
21Jul

O silêncio contém em si, e por si só muito mistério, muita injustiça, muita verdade... mas tem também a paz e é a voz que muitas vezes nos sussurra o que mais ninguém diz. 

Há dias em que é bem mais fácil escutar do que falar. 

Quantas são as vezes em que na tentativa de nos fazermos entender, acabamos por nos desentender com o próximo e até conosco mesmos.

Quantas vezes me arrependo de ter falado, e quantas vezes procuro o silêncio para me entender?  

E quantas vezes é depois do (meu) silêncio que me faço entender e sou entendida. 

Há silêncios e silêncios mas hoje falo do "meu" silêncio. 

Tento tantas vezes esticar a minha verdade que acabo por dar lustro ao meu próprio ego, e é aí que me encontro enredada num ninho de minúsculas mentiras que me vou contando, com as quais enfeito as palavras que me digo a mim própria. 

Caramba! e estou constantemente a perceber que alimentar ego, não é igual a autocuidado! 

Quantas vezes me dá vontade de fazer igual aos outros, porque digo que gostei... mas vendo bem, é porque também quero brilhar, também tenho fome de palavras incentivadoras. 

Temo.  

Recuo  

Paro.  

silencio-me.  

E como se não bastasse, quando eu tento me conter, eis que vem sempre um "convite" para que eu ceda. 

Acautelo-me! 

Tento aceitar que dói não me sentir validada (típica Balança), que posso sentir essa dor sem culpa e sem "insuflar" o ego. 

Eu já aprendi a lidar com o meu próximo, isso já é um início, certo? 

Este mês, proponho-me a praticar a minha criatividade para que possa dar forma ao "meu" futuro. Será um caminho muito estreito em ladeado pelo autocuidado e o ego, para quem se recusa a aceitar uma ideia enquanto não a provar a mim mesma. 

Será por isso que gosto de avançar devagar? 

-Confiarei no meu instinto de mulher vento,  

-na minha intuição de loba  

-e na minha liberdade águia. 

Prometo a mim mesma, escrever toda e qualquer ideia que eu tiver, para que daqui a uns tempos eu possa saber e sentir o que é ter convicção. 

Até lá, o tema principal dos meus silêncios, será conectar-me com o meu ser mais íntimo, para que possa compreender os motivos que definem as minhas vontades subconscientes. 

Conclusão: 

Para sarar, tenho que primeiro decidir qual o caminho a escolher: Destruição ou construção? Enquanto isso, silêncio-me.  


Foto do artigo: Praia da Armona/Clara Santos


Ruth Collaço / Ventos Sábios


Ruth Colaço, a autora do texto

Comentários
* O e-mail não será publicado no site.