Santa Bárbara nasceu no ano 273 D. C. na cidade de Nicomédia, onde hoje se localiza a cidade de Izmir, na Turquia e faleceu no ano 306.
O pai de Santa Bárbara de nome Dióscoro, homem rico e nobre não a queria ver misturada com a sociedade corrupta daquele tempo. Por isso, decidiu fechar a filha numa torre e na torre era ensinada por tutores da sua confiança.
Do alto da torre, Bárbara, dona de grande beleza, passava os dias a contemplar a natureza. As estações do ano, o sol, a chuva, a neve, o frio, os animais despertaram curiosidade na cabecinha da menina e começou a questionar-se, se aquilo que seus olhos viam, era criação dos deuses como os tutores lhe faziam acreditar, ou se haveria alguém muito mais inteligente e poderoso por trás da criação do mundo.
Os anos passavam lentamente, no alto da torre e aos dezassete anos, o pai tirou-a daquela clausura e levou-a para casa, mas nunca permitiu que saisse à rua.
Quando pensou casar a filha, abriu as portas aos pretendentes para que Bárbara escolhesse um para marido. Contudo, a jovem só via neles futilidades, superficialidade e acima de tudo, interesse pela sua riqueza.
Segundo a tradição, Dióscoro era obrigado a casar a filha.
Pensando que as desfeitas de Bárbara se deviam ao tempo de isolamento, deixou que ela saisse de casa e fosse conhecer a cidade.
Nas visitas feitas conheceu os cristãos de Nicomédia e estes passaram para Bárbara a mensagem de Jesus Cristo e o Mistério da Santíssima Trindade.
Os ensinamentos cristãos tocaram profundamente o coração da linda rapariga e neles encontrou a resposta a tantas perguntas que fazia no alto da torre:
Deus Único e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo era o criador de tudo e, jamais os deuses que seu povo cultuava.
Em pouco tempo, Bárbara converteu-se ao cristianismo e foi batizada por um padre de Alexandria, passando a ser uma jovem de virtudes cristãs.
Foi nessa altura, em que Bárbara encontrou o verdadeiro sentido da vida, que o pai a pôs de novo na torre, mas dessa vez, mandou abrir duas janelas.
Antes das janelas estarem concluídas o pai de Bárbara teve que fazer uma longa viagem.
Sem hesitar, Bárbara ordenou que em vez de duas janelas, fossem abertas três em homenagem à Santíssima Trindade. Para viver com maior intensidade a sua fé, ela própria esculpiu uma cruz na torre.
Quando seu pai regressou e viu aquelas mudanças questionou a filha, exigindo saber o significado daqueles símbolos.
Bárbara explicou ao pai, que aquelas mudanças se deviam à sua nova fé.
As três janelas homenageavam o Deus Uno e Trino, Criador de todas as coisas. A Cruz representava o sacrifício do Filho de Deus para salvar a humanidade.
Dióscoro ficou possesso.
Num impulso de ira, denunciou a filha ao prefeito da cidade que, de imediato, ordenou que Bárbara fosse torturada em praça pública.
Bárbara, apesar dos atrozes sofrimentos, não renegou a fé cristã.
Enquanto Bárbara era torturada, uma jovem cristã de nome Juliana não se conteve perante tanta atrocidade e denunciou os nomes dos carrascos, gesto que era totalmente proibido.
Juliana foi presa, juntamente com Bárbara e ambas foram condenadas à morte por decapitação. As duas jovens foram levadas amarradas pelas ruas da cidade, debaixo de gritos furiosos de muita gente.
Bárbara foi martirizada com selvagem crueldade. Os carrascos cortam -lhe os seios e levam-na para fora da cidade, sendo degolada pelo próprio pai.
Quando Dióscoro degolou a filha, a cabeça de Santa Bárbara rolou pelo chão, um raio rasgou o céu e um enorme trovão foi ouvido pelo povo.
Nesse mesmo instante, para assombro de todos, o corpo de Dióscoro foi atingido pelo raio e caiu no chão sem vida.
Foi a natureza que se revoltou perante a barbaridade daquele pai infanticida.
Perante o martÍrio de Santa Bárbara, esta ganhou o status de protetora contra raios, trovões e tempestades, além de ser nomeada Padroeira dos artilheiros, dos mineradores e das pessoas que trabalham com fogo.
A festa de Santa Bárbara é celebrada no dia 4 de Dezembro de cada ano.
Oração de Santa Bárbara
“Santa Bárbara, que sois mais forte que as torres das fortalezas e a violência dos furacões, fazei que os raios não me atinjam, os trovões não me assustem e o troar dos canhões não me abalem a coragem e a bravura. Ficai sempre ao meu lado para que possa enfrentar de fronte erguida e rosto sereno todas as tempestades e batalhas de minha vida, para que, vencedor de todas as lutas, com a consciência do dever cumprido, possa agradecer a vós, minha protetora, e render graças a Deus, criador do céu, da terra e da natureza: este Deus que tem poder de dominar o furor das tempestades e abrandar a crueldade das guerras. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.”
Celeste Almeida: Autora do Texto